terça-feira, janeiro 12, 2010

Uma república das bananas

O que fazer com os criminosos que assaltam as nossas lojas, os nossos carros, ameaçam com armas e roubam o nosso dinheiro? O que fazer com as elevadas taxas de juro que os bancos nos cobram pelo empréstimo que fazemos para ter um tecto?
Estas duas questões à primeira vista não estão ligadas mas a verdade é que estão.

Um juiz, desgastado que estava com as elevadas taxas de juro que tinha de pagar ao banco pelo empréstimo da sua casa, decidiu conceder o "perdão" a um assaltante que roubou dinheiro ao "seu" banco. Usou para a sua decisão o método de moeda ao ar (solto ou não solto) e o conceito de "ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão". Neste caso não foram anos de perdão mas milhões na conta offshore que este ladrão tinha, mas isso é outra coisa.

Marco d'aires, nome bastante pomposo para um gatuno, mas a mãe dele quando lhe deu o nome não sabia ainda a profissão que o filho ia seguir, foi um dos principais impulsionadores dos assaltos às caixas ATM em Setúbal. Teve um azar ... foi apanhado. Analisando friamente, as coisas estavam a correr bem. A policia fez o seu trabalho.
Quando o assaltante foi presente ao juiz, este usando o método já explicado, colocou o preso em prisão domiciliária. É justo para quem apenas roubou mais de dois milhões de euros em dois anos.

O juiz, pensando que estava na presença de um Robin Hood do século XXI (relembro que roubava, maioritáriamente aos bancos e carros topo de gama), presumiu que o ladrão fosse "honesto".
Imagino agora qual não foi o seu espanto quando o assaltante partiu a pulseira electrónica, deixou uma carta de agradecimento, e fugiu, com o dinheiro dos assaltos, para gozar uma bela reforma (com 25 anos) num paraíso tropical.

O juiz deve estar agora a dizer: "olha aquele malandro ... e eu que pensava que ele era honesto".

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