sexta-feira, abril 24, 2009

Ainda sobre Hulk

Mais dia menos dia iamos todos acabar por falar nesta situação, e os mais atentos sabem que o mais certo era este dia chegar mais depressa.

Tanto se falou do talento de Hulk, da sua velocidade e controlo de bola, tantas vezes ele passou pelos adversários como "faca a cortar manteiga no verão", e tanto se falou das vezes que os adversários, não o conseguindo de outra maneira, o paravam com recurso à falta.

O problema ainda era que a sua constituição física, o facto de ser possante, permitiam que Hulk, com faltas ligeiras (encosto, empurrão) ainda se mantinha na posse da bola e seguia o seu caminho, o que obrigou a que os adversários tivessem de cada vez mais a recorrer a faltas mais intensas.

No seguimento de um jogo em que o jogador foi várias vezes travado em falta, faltas duras, falou-se que não se dava a necessária protecção aos jogadores criativos. De nada valeu a chamada de atenção, pois os infractores continuaram a poder fazer falta sem que fossem devidamente penalizados.

Na quarta-feira, uma entrada muito dura provocou aquilo que todos temiamos. Lesão grave do jogador e paragem por, pelo menos, um mês. Não foi apenas o FC Porto a ficar prejudicado, foram todos os amantes do futebol espectáculo que ficaram. Beneficiados? Apenas os adversários que assim têm menos uma dor de cabeça.

Todos aqueles que gostam de ver futebol, que clamam pela beleza do espectáculo, e que criticam o nosso futebol em comparação com o de outros países da europa e/ou mundo, ficaram agora privados de mais um jogador espectáculo. Talvez agora percebam porque o nosso futebol é mais pobre.

O FC Porto não está a fazer o choradinho quando emite o comunicado. O FC Porto está apenas a chamar a atenção, mais uma vez, sobre acontecimentos que têm tendência a repetir-se, sem prejuizo para o infractor.

Luis Guilherme, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol vem hoje dar resposta às duras criticas feitas pelo FC Porto dizendo que "os árbitros estão envolvidos em combater este tipo de jogo" e que devem "combater todo o tipo de lances que ponham em causa a integridade física dos praticantes."
"Os árbitros, têm de punir essas faltas de acordo com a visão de jogo e combater de forma implacável os lances que ponham em causa a integridade física dos jogadores."
E sobre as críticas do FC Porto diz que "quem define e aprova o regulamento de disciplina são os clubes em Assembleia-Geral da Liga e também a comissão disciplinar é eleita pelos clubes. Isso é uma questão que os clubes terão de resolver em sede própria, de forma a que os regulamentos vão ao encontro das suas necessidades"

Se os árbitros combatessem este tipo de jogo, já tinham distribuido uma série de cartões há medida que os jogadores iam sofrendo faltas, mas não, mesmo depois do jogador sair de maca, não foi mostrado nenhum cartão ao jogador de fez a falta, e de uma falta se tratou porque o árbitro apitou-a, pelo que não pode alegar que não a viu.

Sr. Luis Guilherme, não se trata de aprovar um novo regulamento, apenas de o aplicar. Ou será que o nosso regulamento não dá nenhuma indicação sobre faltas graves e sistemáticas sobre os jogadores.

Eu juro que até nem queria escrever isto (lol) mas é mais forte do que eu.
Se fosse um jogador do FC Porto a fazer uma falta desse género e a colocar um jogador adversário no estaleiro, já tinha caído o "carmo e a trindade" e já nem se discutia se o jogador devia ou não ser penalizado pela CD, mas sim em quantos jogos seria o castigo.

Não gosto de alimentar teorias da conspiração, mas se analizarem os factos, vão ter de concordar comigo. Não é perseguição, são apenas erros sistemáticos para o mesmo lado.

Lembram-se daquela anedota: Um menino fazia um teste a um sapo. Tirou-lhe uma perna e disse "salta" e o sapo saltou, tirou-lhe outra e disse "salta" e o sapo saltou, tirou-lhe outra e disse "salta" e o sapo saltou, tirou-lhe a última e disse "salta" e o sapo não saltou. Conclusão do menino: o sapo sem pernas fica surdo.

Até nós ficarmos surdos têm de nos tirar muitas perna. Seremos campeões quer queiram ou não.

1 comentário:

dragao vila pouca disse...

Meu caro amigo, ainda recordo as palavras de Vítor Pereira no início da época a dizer que os talentos tinham de ser protegidos. Balelas!

Um abraço