quarta-feira, fevereiro 15, 2012

15 ...

15 ... anos, dias, o dia, horas, a hora, minutos, o minuto, segundos, o segundo ...

Quando tinhamos 15 anos tudo nos parecia de extremos. A vida era bela e sem preocupações, mas quando elas apareciam eram o fim do mundo.

Mas afinal que tipo de preocupações tinhamos com 15 anos? A escola, a escolha da marca de roupa que era "fashion", quem gostava de nós, quem nós gostavamos, que festa ir ...

Olhando agora para trás até parecem coisas banais. Será que são? Mudou assim tanto o nosso mundo desde a altura em que tinhamos 15 anos?

Sim e não.

Crescemos, namoramos (muito), casamos, temos filhos, divorciamo-nos, crescemos ...

Afinal as nossas preocupações mudaram um pouco, mas não assim tanto como queremos por vezes pensar. Afinal continuamos a crescer, a namorar, alguns voltam a casar, voltam a ter filhos, voltam a divorciar-se e voltam a crescer (é certo que o crescimento não afeta a todos da mesma maneira).

Os problemas, aqueles que tinhamos, voltam também. O trabalho, a escolha da marca de roupa que está "fashion" volta a ser uma preocupação, quem gosta de nós e quem é que nós gostamos volta a ser um problema pertinente, que festa ir, etc, etc.

Fazendo uma análise fria e metódica, o única problema que não tinhamos e que agora temos é como e quando pagar as contas (para quem as tem é claro, o que é o mesmo que dizer, para quem realmente cresceu). Na altura este era um problema que apesar de nos ser familiar (conhecido) não era nosso. Sabiamos que havia contas mas a preocupação de fazer render o dinheiro não era nosso. Agora é.

Alguns de nós são agora mais racionais. Conseguem entender que o mundo é redondo e que vivemos em sociedade. Conseguem perceber que o seu espaço, a sua liberdade termina no exato momento que começa a liberdade do vizinho. Conseguem perceber que nem tudo é branco e preto, que existem mais zonas cinzentas do que inicialmente se pensava. Somos afinal mais maduros.

Mas será que há algum problema em voltar a ter os problemas da adolescência?
Não. O problema está em não conseguir entender que já não somos adolescentes. Ter os mesmos problemas é normal, afinal essas são as pequenas questões da vida, as questões que nos fazem andar para a frente. O problema é ter os mesmos problemas e querer resolvê-los como se ainda tivessemos 15 anos, com a mesma linha de reciocínio (parva diga-se, porque todos os adolescentes são parvos).

Crescer e amadurecer não é ter problemas diferentes. É resolver de forma diferente os mesmos problemas.

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