segunda-feira, agosto 20, 2012

Óbvio ... apenas isso

reação de Vítor Pereira após o empate do F.C. Porto em Barcelos denota nervosismo. São públicas algumas das razões que poderão estar na origem dos nervos, apenas no final do primeiro jogo que não corre bem. 
Hulk Uma vez mais, os dias de Agosto passam sem que se defina o futuro de Hulk. Parece que fica, mas já ninguém é capaz de garantir que manter o número 12 é mesmo a melhor solução. É evidente que o brasileiro é muito bom e em Portugal desequilibra. Mas ele próprio tenderá a achar, por muito que lhe tentem dizer o contrário, que se calhar nunca passará disto, nunca será convicente ao ponto de levar um clube de uma grande liga a gastar dinheiro. Seja qual for o desfecho, o impasse é mau. Acresce que também a vida de Moutinho e Rolando não parece totalmente esclarecida.
Alvaro Pereira O F.C. Porto faz jogar como lateral esquerdo um central, Mangala. Mas no clube ainda está um dos melhores naquela posição, o uruguaio Alvaro Pereira. Por problemas que ninguém deseja explicar, o clube paga-lhe o ordenado, mas as condições para jogar não existem. E o tempo passa.
Lucho Criticar Lucho é uma heresia. Mas a verdade é que o argentino começa a ser de menos em alguns momentos do jogo. Sobretudo se os outros médios tiverem as características de Moutinho, Fernando ou Defour. O F.C. Porto precisa de um «10», alguém que consiga criar na zona central e apareça para finalizar. Não estou a dizer que Lucho deve sair da equipa. Acho é que não surgirá dali, em todos os contextos, a solução.
Varela, James e Atsu O melhor Varela foi sempre um jogador muito útil ao F.C. Porto. Por vezes decisivo. O melhor Varela apareceu, quando lhe permitiram, no Euro-2012. No F.C. Porto de Vítor Pereira parece contar cada vez menos. E, no entanto, o extremo português não se eclipsa por James estar potente (longe disso) ou por Atsu ser a última grande revelação. Escolher bem ooutro extremo (um será sempre Hulk, se estiver) é fundamental para acelerar o jogo da equipa. Que Varela não seja solução é no mínimo surpreendente.

Adormecidos
É algo que vem da época passada. O F.C. Porto por norma entra devagar nos jogos. Trocando a bola, fazendo-a circular, seguro de que assim acabará, em algum momento, por desequilibrar o adversário. A história tem dado razão a esta forma de pensar. Afinal, o F.C. Porto é campeão. Mas isso não significa que seja a forma ideal de encarar os desafios. Como ficou, de novo, evidente este domingo.

Claro que o F.C. Porto continua a ter um plantel forte e uma estrutura habituada a ganhar. O que torna ainda mais difícil compreender a reação de Vítor Pereira, a disparar em todas as direções. A não ser que exista alguma coisa que nós não sabemos.

P.S. : Numa Liga a sério, as palavras de Vítor Pereira, de tão descabidas, motivariam uma multa dura. É assim que se retira credibilidade a uma competição, o que não deveria ser permitido. Pelo menos de forma tão ligeira. 

(Crónica Luis Sobral in Mais Futebol)

A crónica de Luis Sobral no site MaisFutebol, colocando um "desce" no jogo do FC Porto e na reacção de Vitor Pereira é constatar o óbvio.

Mas mesmo para se constatar o óbvio é preciso ter perspicácia. E isso é coisa que falta a Vitor Pereira. Ter capacidade para constatar que o FC Porto joga mal, que o problema não é da relva, dos árbitros ou da equipa adversária.

A herança da época passada é maior do que apenas os jogadores, é todo o estilo de jogo. E é essa herança  que neste momento eu dispensava com muito prazer, tal como dispensaria uma herança de dívidas. Renunciar era a palavra de ordem.

Uma época muito fraca extra muros, que miraculosamente conseguiu ganhar o campeonato interno. É assim que se classifica a herança deixada. E este ano não se pode voltar a ter os mesmos objectivos. Isso pode chegar para outros, mas não para o FC Porto e seus adeptos, habituados a ter mais.

Disse no final do ano passado, mesmo depois de ser campeão, que Vitor Pereira devia sair. Continuo a pensar o mesmo e o jogo de ontem não me ajuda a mudar de opinião.

Sem comentários: