segunda-feira, julho 02, 2007

15º mergulho - Recifes Artificiais, Armona


O destino inicial nem era para ser os recifes, mas quando já iamos a caminho do destino original houve alguém que sugeriu os recifes e a mudança de destino foi imediata.

O dia até estava calmo, não havia ondulação significativa e soprava um vento muito ligeiro.

Chegados ao local deparamo-nos com um ligeiro problema de localização. O GPS não coincidia com a sonda. O local marcado pelo GPS não revelava, na sonda, a presença dos blocos.

Mais manobra menos manobra e a sonda revelou a presença de um enorme bloco, ou seja, estavamos mesmo por cima dos blocos grandes. O entusiasmo cresceu dentro de todos nós. Uma olhadela para a profundida a que estes se encontravam revelou que estavam a ... 34 metros de profundidade.

34 metros ?????

Eu fiquei desolado. Demasiado fundo para mergulhar.

As opiniões começaram a aparecer.
"Vamos embora", "Ou mergulhamos agora ou vamos para casa", "O mergulho tem de ser rápido", "O que importa é a segurança".

Depois de tudo muito bem controlado, alarmes de tempo de fundo marcados, equipas definidas, caimos todos na água.

Não vou dizer que não estava com medo, a palavra é mesmo essa, medo. Era só o dobro daquilo que estou habituado a mergulhar. Pela primeira vez assim que cai dentro de água tive a sensação de que ia vomitar. Tive de controlar o instinto de dizer, "Vou ficar no barco, eu não desço", respirei fundo e iniciei a descida.
Desci sempre junto ao meu companheiro de mergulho, olhando muitas vezes para o relógio a ver a profundidade a aumentar. De vez em quando olhava para os lados e não via nada, e o fundo era a mesma coisa. Parecia que não existia.

A chegada ao fundo foi uma surpresa. Não se via nada a mais de 50 cm. Só demos conta dos outros mergulhadores quando estavamos mesmo por cima deles. A luz das lanternas era como se estivesse a bater numa parede, parava logo ali. Estavamos a 36 metros de profundidade.

Dos recifes nem uma visão para amostra. Podiam estar mesmo ali ao lado, à distância de um braço que não os conseguiamos ver.

Não havia nada a fazer senão virmos para cima. Ali não se fazia nada.

A subida foi feita nas calmas, para não desrespeitar as regras de segurança, a paragem de segurança foi feita e após 12 minutos, estavamos de volta à superficie.

Foi uma experiência boa. Um mergulho que ficará registado a 36 metros de profundidade.
Já no barco tive a sensação de record batido. Quando não se vai tão longe tem-se sempre aquela vontade de ir mais fundo, de que a 15/20 metros é pouco. Agora já fui e digo, a 15/20 metros vê-se mais e durante mais tempo.

Venha o próximo. Agora quero é barcos afundados. Essa continua a ser a minha grande paixão.

E eu que soube que aqui pertinho está um bombardeiro afundado. Tenho de lá ir ...

3 comentários:

Miguel disse...

Uma beleza ...!

Deve valer a pena mergulhar para dislumbrar tais maravilhas ...!

Um abraço da M&M & Cª!

irneh disse...

Olha o Marinheiro voltou! Agora, percebo a aus�ncia: o mergulho foi mais fundo do que era costume!:))

O Chaparro disse...

isso do vómito nõ seria ressaca?!
tiveste na espanhola no sábado...