O destino inicial nem era para ser os recifes, mas quando já iamos a caminho do destino original houve alguém que sugeriu os recifes e a mudança de destino foi imediata.
O dia até estava calmo, não havia ondulação significativa e soprava um vento muito ligeiro.
Chegados ao local deparamo-nos com um ligeiro problema de localização. O GPS não coincidia com a sonda. O local marcado pelo GPS não revelava, na sonda, a presença dos blocos.
Mais manobra menos manobra e a sonda revelou a presença de um enorme bloco, ou seja, estavamos mesmo por cima dos blocos grandes. O entusiasmo cresceu dentro de todos nós. Uma olhadela para a profundida a que estes se encontravam revelou que estavam a ... 34 metros de profundidade.
34 metros ?????
Eu fiquei desolado. Demasiado fundo para mergulhar.
As opiniões começaram a aparecer.
"Vamos embora", "Ou mergulhamos agora ou vamos para casa", "O mergulho tem de ser rápido", "O que importa é a segurança".
Depois de tudo muito bem controlado, alarmes de tempo de fundo marcados, equipas definidas, caimos todos na água.
Não vou dizer que não estava com medo, a palavra é mesmo essa, medo. Era só o dobro daquilo que estou habituado a mergulhar. Pela primeira vez assim que cai dentro de água tive a sensação de que ia vomitar. Tive de controlar o instinto de dizer, "Vou ficar no barco, eu não desço", respirei fundo e iniciei a descida.
Desci sempre junto ao meu companheiro de mergulho, olhando muitas vezes para o relógio a ver a profundidade a aumentar. De vez em quando olhava para os lados e não via nada, e o fundo era a mesma coisa. Parecia que não existia.
A chegada ao fundo foi uma surpresa. Não se via nada a mais de 50 cm. Só demos conta dos outros mergulhadores quando estavamos mesmo por cima deles. A luz das lanternas era como se estivesse a bater numa parede, parava logo ali. Estavamos a 36 metros de profundidade.
Dos recifes nem uma visão para amostra. Podiam estar mesmo ali ao lado, à distância de um braço que não os conseguiamos ver.
Não havia nada a fazer senão virmos para cima. Ali não se fazia nada.
A subida foi feita nas calmas, para não desrespeitar as regras de segurança, a paragem de segurança foi feita e após 12 minutos, estavamos de volta à superficie.
Foi uma experiência boa. Um mergulho que ficará registado a 36 metros de profundidade.
Já no barco tive a sensação de record batido. Quando não se vai tão longe tem-se sempre aquela vontade de ir mais fundo, de que a 15/20 metros é pouco. Agora já fui e digo, a 15/20 metros vê-se mais e durante mais tempo.
Venha o próximo. Agora quero é barcos afundados. Essa continua a ser a minha grande paixão.
E eu que soube que aqui pertinho está um bombardeiro afundado. Tenho de lá ir ...
3 comentários:
Uma beleza ...!
Deve valer a pena mergulhar para dislumbrar tais maravilhas ...!
Um abraço da M&M & Cª!
Olha o Marinheiro voltou! Agora, percebo a aus�ncia: o mergulho foi mais fundo do que era costume!:))
isso do vómito nõ seria ressaca?!
tiveste na espanhola no sábado...
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