Foi no Zimbral que este meu 12º mergulho aconteceu. Com uma profundidade máxima de 13,8 metros e um tempo total de 48 minutos. A visibilidade era reduzida, não mais de 1,5 metros, o tempo estava incerto e o mar estava calmo embora com uma corrente ligeira.
Este dia da Liberdade acordou chuvoso, para desespero de quem esperava um bom dia para os festejos, e também para mim que desejava um bom dia para o mergulho. Assim que olhei para a janela e vi tudo molhado pensei que o mergulho já não se realizava. Afinal fomos mergulhar e no mar o dia estava muito melhor do que em terra, pelo menos no que ao sol diz respeito.
Chegamos ao local sem aventuras de maior, o mar apresentava-se sem ondulação, os preparativos do material aconteceram na nornalidade e em menos de 15 minutos já estava dentro de água, eu pelo menos, mas ainda tive de esperar pelo menos mais 15 pelos restantes companheiros de mergulho.
Descida normal, com alguma resistência por parte dos meus ouvidos, que teimavam em não compensar. Nada que atrasa-se a descida.
Chegados ao fundo e a primeira contrariedade, a visibilidade era muito reduzida, não se conseguia ver mais do que 1,5 metros. Olhava-se e a não ser ali junto a nós o que se via mal se conseguia identificar o que era.
Assim que o mergulho começou o João afastou-se e só o voltei a ver já no final do mergulho.
Fiquei junto ao Tó, que andava a tirar fotos, mas a minha curiosidade, acescida ao facto de não o querer atrapalhar, fez com que me afasta-se um pouco e quando me voltei ... estava sozinho. Procurei-o sem sucesso e após ponderar, decidi continuar o mergulho.
Não era por estar sozinho que ia interromper o meu mergulho. Tinha de ultrapassar esta "prova pessoal" e conseguir finalizar o ar e ter um bom mergulho. É certo que a regra diz que não se deve mergulhar sozinho mas ...
Andei junto às pedras, a ver os peixes que por lá andavam. Era engraçado verificar que quando expirava com mais força eles rapidamente mudavam de local e quando fazia expirações mais contidas eles mal se mexiam. Parecia que eu não era mais do parte da paisagem. Vi um polvo entocado, tentei brincar com ele mas sem sucesso. Procurei alcatruzes, pedras, qualquer coisa que sirva de recordação, mas não tive sucesso, pelo menos nada que merecesse trazer para cima.
Quando entrei na reserva, ao fim de 46 minutos de imersão, estava satisfeito comigo mesmo. Ainda podia ter ficado mais um pouco, mas como ia subir sozinho não queria arriscar. Iniciei a subida, de forma controlada, parei aos 3 metros para fazer a paragem de segurança, esperei lá o minutos da praxe e depois finalizei o mergulho, ainda com 40 bar de pressão na garrafa. Estava satisfeito. Muito contente mesmo.
Chegado ao barco a normal conversa do que se tinha passado, como nos tinhamos perdido uns dos outros, o que tinhamos visto, a (des)arrumação do material. Tudo pronto para voltar para terra, a uma hora decente para almoçar. Chave na ignição, roda e ... nada. Roda mais uma vez e ... nada. O motor não trabalhava.
É nesta alturas que o telemóvel é uma boa invenção. Telefona para este, para aquele, alguém nos vem buscar.
Ao largo aparece um veleiro. Era o Malecagem. Sinais de braços, apitos e ... nada. Não fomos vistos. Felizmente alguém tinha o número de telemóvel do dono do barco. Fomos rebocados até à marina em Olhão, a bordo do Malecagem, um barco bem bonito por sinal. Demorámos o dobro do tempo que demorariamos em situação normal, mas são estas experiências que ficam para contar mais tarde.
Foi uma aventura, mas uma boa aventura.
Ah! É verdade. Assim que estiverem nas minhas mãos coloco aqui as fotos tiradas dentro de água. Ah pois é, aqui o marinheiro tem agora fotos suas dentro de água. Esperem para ver.
1 comentário:
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Deve ter sido fantástico!
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