terça-feira, novembro 15, 2005

A Pílula do Dia Seguinte


O governo tomou a decisão de fornecer de forma gratuita nos hospitais e centros de saúde a pílula do dia seguinte. Esta situação vem no seguimento da proposta para o referendo sobre o aborto (proposta que foi recusada), e também da proposta para a disciplina de educação sexual nas escolas (também recusada).
O fornecimento da pílula do dia seguinte nos centros de saúde e hospitais, de forma completamente gratuita, bem como de outros contraceptivos, não é de forma alguma um motivo de critica, antes pelo contrário, ainda bem que o governo está empenhado em ajudar o “combate” à gravidez indesejada. O que é alvo de critica é esta situação de cedência numa altura em que a luta sobre o aborto está tão acesa e a disciplina de educação sexual nas escolas ter sido rejeitada.
Não será a pílula do dia seguinte também uma forma de aborto?
Estarão os adolescentes completamente informados sobre o sexo?
Estará a população informada sobre os benefícios/malefícios desta pílula?

A situação toma contornos mais graves quando se sabe que o uso da pílula do dia seguinte não é 100% eficaz e que o seu uso pode provocar efeitos secundários nas mulheres.

“O elevado recurso à contracepção oral de emergência pelas jovens dos 15 aos 19 anos acaba por ser o resultado mais surpreendente deste estudo - que visou caracterizar a realidade da contracepção em Portugal, através de entrevistas a 3858 mulheres dos 15 aos 49 anos e residentes em Portugal continental, Madeira e Açores. Deste total, foi extraída uma amostra representativa de cerca de 1400 mulheres.” (Público 03/03/2005)

Toda esta situação de cedência cheira a loby de venda, porque existe um formato de pílulas anti-concepcionais que são fornecidas e outras que não.
Porquê a diferença se o objectivo é o mesmo, é a questão que fica.