Não sei para onde vou, nem como lá chegar, apenas sei que vou.
E vou porque as contingências da vida assim me obrigam. Quer queiramos ou não somos condicionados por aquilo que nos rodeia, e temos apenas duas maneiras de lidar com isso. Ou aceitamos e nos resignamos aos acontecimentos do dia-a-dia, ou então tentamos fazer alguma coisa em relação a esses acontecimentos.
Não sou um indivíduo de criar batalhas onde elas não existem, mas também não sou indivíduo de virar as costas a uma batalha quando ela existe.
Sou por natureza despegado das coisas que não me dizem respeito, sou por vezes até despegado de algumas coisas que me dizem respeito, acho que não é um defeito, é uma virtude. A vida é demasiado curta para ser vivida preocupado com coisas que não necessitam de preocupação. A minha capacidade de abstracção é a minha concha, é aquilo que me protege.
Tal como o meu pai sempre diz “o homem é um animal de hábitos”. Eu sou assim. Gosto dos hábitos. É uma maneira de sentir que temos total controlo sobre a nossa vida. Mas o problema dos hábitos é que se criam e se destroem com uma facilidade incrível. Basta uma mudança não controlada na nossa vida para que tenhamos de alterar os hábitos. Uns são facilmente mudados outros são mais complicados, e para isto influência o tempo em que esse hábito já está enraizado.
Voltar a hábitos antigos sem mudança é um processo impossível. Não se podem voltar a ter hábitos que já se perderam sem que com isso aconteça uma mudança. No fundo não se podem querer ter os velhos hábitos e esperar que isso não implique uma mudança. É uma condição implícita.
É por isso que eu tenho de ir. Não sei para onde, nem como, apenas sei que tenho de ir. E como sei que tenho de ir … vou.
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