Fala Jesualdo ...

Jesualdo Ferreira fez hoje a antevisão ao próximo jogo do FC Porto, que se vai disputar aqui ao lado (da minha casa entenda-se), frente ao Olhanense.

O adversário
«Perigos? Muitos. O Olhanense tem feito uma boa carreira, perdeu em Alvalade depois de estar a ganhar 0-2, perdeu com o Braga, ganhou à Académica com 9. Também sabemos que a motivação dos seus jogadores será bem maior pelo facto de jogar com o F.C. Porto. Nestas circunstâncias, será preciso um F.C. Porto a um nível bom»
«Este Olhanense vem na rota do que fez na época passada. Foi campeão da Liga de Honra, habituou-se a ser uma equipa de topo e transportou para a primeira Liga essa mentalidade. Podia não estar na posição em que está, mas nada colocaria em causa estes argumentos de base. Está habituada a jogar para ganhar»

O momento do jogo
«Este jogo fecha um ciclo difícil e será fundamental ganhar. Esta equipa ainda vai fazer melhor do que tem feito até agora. Este ciclo é importante. Este jogo é tão difícil como com o Chelsea ou o Sp. Braga.»
«Em termos de dificuldade, temos de perceber que não há jogos e adversários iguais. O nosso comportamento é que tem de ser igual, como quando jogámos frente ao Chelsea, o At. Madrid, o Sporting, etc.»

O momento da equipa
«Estas duas vitórias trouxeram seis pontos, três em cada competição, e certificaram algumas melhorias. Em situações de dificuldade, a equipa respondeu bem. Graus de concentração elevado, jogos com resultados diferentes. A equipa foi capaz de ter um jogo equilibrado, o mais importante neste momento. Isso permite-nos uma maior estabilidade emocional, maior estabilidade táctica. A melhoria de alguns jogadores só acontece com a melhoria da equipa.»

O confronto com o "capitão"
«Não há nenhum duelo à parte. Como treinador, tem uma subida de divisão, teve uma passagem boa pelo Sp. Braga. Está num processo natural de crescimento enquanto treinador»

Raúl Meireles ... o que foi e o que está a ser
«É verdade que o Raul Meireles, no ano passado, também tive um início de época difícil. Este ano foi igual. É um jogador com características físicas muito próprias, precisa de jogar e treinar com equilíbrio. É preciso gerir estas situações. Aconteceu com o Bruno Alves, o Rolando, o Fucile, o Alvaro Pereira. O Raul, pela sua estrutura física e capacidade orgânica, está numa fase de ascensão. Claro que não está no seu melhor. Mas também nenhum está, neste momento»

Falcao ... haverá dependência?
«Há um mês e meio, o Falcao não estava cá e o F.C. Porto existia na mesma.»

Guarin ... o incompreendido
«Guarín é mal amado? Eu gosto muito dele. Existem os patinhos feios, os mal amados, mesmo os que não fazem muito e são logo amados. Isso não me compete. Não podemos ser influenciados por esse tipo de avaliações. Não é esse o caminho que seguimos aqui. A minha tarefa é desenvolver jogadores e desenvolver uma equipa. Temos plantel com 21 jogadores de campo e é com esses que temos de contar. Antes, era Hulk e mais dez. Depois passou a ser um problema. Estabilizem vocês também as vossas análises»

Afinal quem joga?
«Para mim, não há primeira ou segunda linha. Já passei, no F.C. Porto, por várias fases. Era mau se não tivesse tomado consciência do regime em que vivemos. Na equipa que foi campeã no primeiro ano, tive de fazer algumas alterações. Dessa equipa, só estão cá três, tirando o guarda-redes. Se isso não servisse de experiência, talvez tivesse de mudar de actividade»
«No terceiro ano, é-me pedido que trabalhe jogadores, potencie jogadores, trabalhe equipas. Do lado de lá é sempre mais fácil a análise. No F.C. Porto, no início deste trabalho, só havia três jogadores com três campeonatos conquistados. Assim, desaparece essa noção de segunda linha. No ano passado, diziam que nunca mudava a equipa. Porque a equipa era forte, muitos jogadores iam sair e estávamos a começar um processo, a preparar o futuro. É assim que o F.C. Porto se mexe no mercado»

Onde é o trabalho do FC Porto valorizado?
«Lá fora, preocupam-se: porque é que o F.C. Porto continua a ganhar, porque é que continua a formar jogadores? Aqui, não fazem essa análise, mesmo com dados mais objectivos. Esta é a realidade do F.C. Porto. Duas derrotas colocam isto em causa? Não temos hipóteses de voltar a ter as conquistas do passado se não trabalharmos arduamente os jogadores que temos. A equipa que jogou contra o At. Madrid tinha menos cinco jogadores que a equipa que empatou com o mesmo adversário, seis meses antes»

A paragem para as selecções
«Esta paragem vai ser menos positiva que as outras. Vamos tentar aproveitar para um trabalho de maior detalhe em relação a alguns jogadores, porque vamos ter poucos. Há uma redução considerável no grupo. Não é nada que não estivéssemos à espera. Vamos decidir uma estratégia em relação aos jogadores que ficam. Depois segue-se a Taça de Portugal e Liga dos Campeões, será para isso que vamos trabalhar.»

(in MaisFutebol)

O jogo de domingo é importante, primeiro porque é o próximo e segundo porque, tal como Jesualdo disse, fecha um ciclo. A vitória neste jogo deixa a equipa moralizada durante a paragem e sem motivos que a preocupem, a derrota faz precisamente o inverso.

O Olhanenese tem uma equipa muito jovem mas muito aguerrida, treinada pelo Jorge Costa que está a fazer um excelente trabalho.
Pelo facto de ter no seu conjunto 5 jogadores que são do FC Porto faz com que o jogo esteja carregado de uma tensão anormal. Se houver algum caso a comunicação social vai logo fazer alusão ao facto dos jogadores serem do FC Porto, tal como o fez o ano passado no jogo frente ao Setúbal.
Por outro lado pode dar-se o efeito "transcender", isto é, os jogadores que são do FC Porto jogarem a sua cartada mais forte para se mostrarem ao clube, ao presidente, para mostrarem que estão ali e que podem contar com eles.

Por tudo isto apenas peço um jogo em que o FC Porto entre com toda a sua garra e personalidade e que ganhe sem deixar qualquer dúvida.

P.S. Como não podia deixer de ser, e pelo facto do jogo ser aqui a 200 metros de casa, eu vou lá estar, e não vou sozinho, vamos assistir ao jogo em familia, pois a minha princesa também vai. Por este motivo e pelos outros que já referi, quero um excelente espectáculo dentro e fora das 4 linhas.