Jesualdo Ferreira fez a habitual antevisão ao jogo de amanhã entre o FC Porto e a UD Oliveirense para a Taça de Portugal.
Como não podia deixar de ser um dos temas em destaque foi a qualidade do relvado e a segurança dos espectadores, do momento em que a equipa do FC Porto se encontra, mas falou-se também da selecção, da presença dos jogadores do FC Porto nas várias selecções, do trabalho de Carlos Queiroz e até de Hulk.
O relvado
«A questão do relvado passa muito para além disso. Temos um estádio em que vai jogar o F.C. Porto, tetracampeão, representante de Portugal na Champions League. Conversámos sobre a falta de segurança. Com muito respeito pela Oliveirense e os seus sócios, tem de se concordar que não é naquelas condições que se pode realizar um bom jogo. Certamente ninguém pode esperar um bom espectáculo. A festa da Taça pode não acontecer por responsabilidade de quem escolheu fazer o jogo naquele palco»
As opções
«Temos vários exemplos nos últimos anos de clubes que escolhem outros palcos para receber os jogos, para ter mais adeptos e garantir melhores condições. Entendo as razões da Oliveirense, mas não entendo que as instituições que gerem o futebol não intervenham, sobretudo quando pretendem que estes jogos sejam uma festa de futebol. Ninguém se vai sentir bem num estádio em que as condições não sejam as melhores, num jogo com o representante do futebol português na Champions League»
A posição da FPF
«Toda a gente criticou as condições do relvado na Bósnia, mas ninguém da Federação mexeu uma palha para evitar que o jogo fosse em Oliveira de Azeméis»
O objectivo
«Fechando o capítulo, resta-me dizer que o F.C. Porto vai lá para ganhar o jogo. Vou levar a melhor equipa para garantir a vitória. Vamos escolher aqueles que estiverem em melhores condições para disputar este encontro. Poupanças, só nos bancos. Só isso uma gestão clara dos recursos que temos. Temos jogadores a recuperar de lesões, outros que estiveram nas selecções nacionais. Temos de avaliar todos os recursos e os nossos objectivos»
O momento do FC Porto
«O nosso desafio é jogo a jogo. Sempre foi. Ainda falta muitos jogos até final da época. Estamos envolvidos em várias competições e queremos ganhar todas. O nosso processo passa sempre por uma preocupação clara de melhorar. Há uma formação contínua em todas as áreas, em todas as empresas. No futebol, as questões não são tão aritméticas. Ganhámos a Supertaça, conseguimos o apuramento para a próxima fase da Champions League à quarta jornada. Ainda não perdemos nada e podemos ganhar tudo»
Os jogadores e as selecções
«Falo por mim. Trabalhei 12 anos nas selecções. Sempre disse que os jogadores do F.C. Porto nas selecções são um factor de estímulo e um orgulho, embora isso também traga alguns problemas ao clube no seu trabalho colectivo. Este ano, chegámos ao máximo de internacionais, em relação aos anos anteriores. É difícil para mim ver a selecção nacional numa perspectiva clubista»
«Reparei por exemplo que Bruno Alves esteve muito bem no primeiro jogo, Raul Meireles também. No segundo, foi ao contrário Mas também vi alguns erros, de que falámos quando eles aqui chegaram.»
«Temos praticamente dez jogadores no Mundial, entre Portugal, Brasil e Uruguai. Bruno Alves, Rolando, Raul Meireles e Beto não eram internacionais. O Hulk também não era. Lucho González e Lisandro também eram pouco utilizados na Argentina e voltaram à selecção quando se valorizaram no F.C. Porto»
O trabalho de Carlos Queiroz
«Ao fim de um ano, acho que o trabalho que Carlos Queiroz fez foi fantástico. Em relação a Scolari, ele teve dois anos para preparar uma selecção que já estava apurada. Queiroz fez um jogo de preparação e começou logo a qualificação. Um seleccionador trabalha com jogadores que estão influenciados pelas rotinas dos clubes. Só marca as selecções nacionais quem trabalha há muito tempo com elas. Aragonés é um caso, mas Otto Rehaggel na Grécia é ainda mais sintomático. Pega em jogadores que nunca ouvimos falar e ganha jogos. Um seleccionador vive da qualidade que os jogadores têm, conforme vêm dos clubes. Em três dias, não se prepara nada.»
Portugal na África do Sul
«Quando uma selecção vai ao Mundial, toda a gente fica a ganhar. Mesmo vocês, jornalistas. Nós não valorizámos questões que nos são ricas. Desde que o Carlos Queiroz chegou, vejam bem o que foi escrito. Escolheu-se um alvo e sobre ele se destilaram todos os ódios. Agora, vão desvalorizar o apuramento para o Mundial. Vão falar de um mau apuramento, como se os anteriores tivessem sido muito bons. Fomos a todas as competições nos últimos dez anos. Nós, um país pequeno, incapaz de resolver os seus problemas, com relvados como aquele em que vamos jogar no sábado»
Hulk na selecção do Brasil
«Hulk é uma questão completamente diferente. É um rapazinho que tem um ano de trabalho com exigência séria. Teve 20 minutos num jogo, 45 minutos em outro. Foram jogos amigáveis, foi bom o contacto com a selecção do Brasil. Ele sabe muito bem que a janela que ele tem para voltar à selecção do Brasil é o F.C. Porto. Não só para ele, como para todos»
O jogo é amanhã, às 14h30 e terá transmissão na SportTv. Isto no caso do jogo se realizar, porque a FPF já se desmarcou do caso fazendo alusão que quem decide se existem condições ou não é o árbitro. As condições do relvado estão nas mãos do árbitro e as condições de segurança do público estão nas suas próprias mãos.
Vamos esperar que tudo corra pelo melhor.
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