Pedra de Cacela
Quase em frente à bonita e alcantilada aldeia de Cacela Velha encontra-se este afloramento rochoso. Numa planície de areia com uma profundidade de 14m é um local acessível a iniciados (nível 1). É um local com bons e diversificados exemplares de fauna e flora bentónica, desde invertebrados a peixes, anémonas, esponjas, falsos corais, nudibrânquios, bodiões, judias, serranos, cabozes, moreias, sargos, polvos, chocos, safios, e... muito mais.
A imersão desenrola-se na parte norte, recortada, sendo a zona sul um declive suave coberto por areia. No sentido longitudinal é preenchida por uma fenda com alguns buracos interessantes.
Foi neste local que se desenrolou o meu terceiro mergulho.
O mar esta calmo mas com alguma corrente, o que nos obrigava a dar um pouco mais à barbatana. A visibilidade era boa e a profundidade já metia algum respeito.
A descida foi, para surpresa minha, efectuada nas calmas. Pensava que teria de efectuar mais compensações nos ouvidos mas afinal duas foram suficientes.
Após o contacto com o fundo, que mostrou logo um local de grande beleza, fomos procurar um sitio, em areia, para efectuar os exercicios programados para este mergulho. O sitio estava situado entre as pedras e era quase um circulo. Os exercicios já foram um pouco mais complexos, mas basicamente consistiam em retirar a máscara da cara, nadar à volta do grupo, recuperar a máscara, colocá-la na cara e limpar a água (feito sem problemas); ficar em equilibrio apenas com o auxilio do colete e da respiração, sem tocar no fundo (mais complexo).
Foi aqui que eu tive mais dificuldade, e ao não conseguir realizar o exercício em condições, tive de dar um pouco mais ao braços (não se deve fazer) e às pernas, o que me levou a consumir mais rápidamente o ar da garrafa.
Quando chegou à parte lúdica do mergulho o meu ar era já tão pouco que não deu para ver, com olhos de ver, tudo o que se passava naquele lindo spot de mergulho. Mesmo assim ainda deu para ver alguma coisa.
Felizmente para a semana o local de mergulho é o mesmo e mesmo sabendo que nunca se vê o mesmo em dois mergulhos diferentes dá para ficar mais descansado.
Foram 50 minutos de fundo a uma profundidade de 12.5 metros e uma garrafa completamente consumida. Quando digo completamente digo mesmo completamente, não ficou nada. E o pior é que ela acabou ainda lá em baixo, tudo controlado, porque fiz a subida e a paragem de segurança aos 3 metros a respirar pelo regulador de emergência do instrutor. Foi um exercicio que não estava previsto mas que pelo menos assim já foi feito e com o pior cenário, o de não ter mesmo ar, nada de simulações.
Fiquei um pouco chateado comigo mesmo, mas é para isso que servem estes mergulhos, para errar e aprender.
Para o próximo será melhor.
O fascínio pelo fundo do mar está a crescer cada vez mais, tal é a sua beleza, o que está a tornar esta experiência cada vez mais gratificante.
Ainda não coloco fotos dos nossos mergulhos apesar de elas já existirem (apenas à superfície) porque a máquina que se levou meteu água logo na descida. Para a semana pode ser que tenhamos mais sorte.
4 comentários:
ahh pois é, estou ansioso para ver essas fotos...devem ser fantásticas.
Abraços e continua se faz favor estes relatos porque para quem não consegue fazer mergulho vão servindo de alguma consolação
Apesar de ser apaixonado pela essência do mar, há meses não vou sequer à praia..:/
mocho falante
Queria era mostrar umas fotos do fundos mas ainda não tive sorte.
Os relatos vão contimuar, assim como os mergulhos.
ruma sempre aqui
cristiano
Isso é que seria uma coisa muito dificil de acontecer comigo, até no Inverno tenho necessidade de ir á praia.
ruma sempre aqui
Enviar um comentário